Moraes desativa conta no X após determinar multa de R$ 8,1 milhões

Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, desativou sua conta na rede social X nesta sexta-feira (21). Essa decisão ocorreu um dia após ele obrigar a plataforma, anteriormente conhecida como Twitter, a pagar uma multa de R$ 8,1 milhões. Essa penalidade foi imposta pelo não cumprimento da ordem de exclusão do perfil do blogueiro Allan dos Santos, relacionado a conteúdos falsos atribuídos a uma jornalista.

A assessoria do STF confirmou que a desativação do perfil foi feita por Moraes, que já não atualizava a conta desde janeiro de 2024. Após a solicitação do ministro para que as informações cadastrais do perfil de Santos fossem fornecidas, a X alegou não ter esses dados e teve recursos contra a multa negados por Moraes.

O episódio reflete tensões contínuas entre Alexandre de Moraes e Elon Musk, proprietário da rede social desde 2022. Musk, que rebatizou o Twitter para X, tem criticado publicamente as decisões do ministro de suspender perfis, defendendo uma visão de liberdade de expressão sem as moderações que existiam anteriormente. Após incidentes como os ataques de janeiro de 2023 em Brasília, Moraes determinou ações contra a plataforma, chegando a ordenar a suspensão de suas operações no Brasil, atitude revertida após a empresa nomear um representante legal no país.

Enquanto outros ministros do STF, como Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso, continuam ativos na rede, Moraes optou por manter seu perfil inativo. Em meio a essas questões, surgiu ainda uma nova ação judicial no cenário internacional: o grupo de mídia associado a Donald Trump está contestando as ações de Moraes, acusando-o de censura de plataformas.

A multa de Moraes instrui a X Brasil Internet LTDA a realizar o pagamento imediato. A indicação pelo ministro da conta bancária destinada ao depósito ressalta o rigor na execução de suas decisões judiciais, mesmo diante da adversidade internacional representada pelo grupo de Donald Trump nos Estados Unidos.