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Segundo FMI, Brasil deve ampliar seu protagonismo econômico global

Nos últimos anos, o Brasil tem passado por um movimento de recuperação econômica que, segundo projeções do Fundo Monetário

Segundo FMI, Brasil deve ampliar seu protagonismo econômico global

Nos últimos anos, o Brasil tem passado por um movimento de recuperação econômica que, segundo projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), poderá colocá-lo entre as oito maiores economias do mundo até 2028. O salto econômico, impulsionado pela diversificação produtiva, pelo avanço da indústria de alta tecnologia e pela liderança na geração de energia renovável, sugere um novo papel do país no cenário global. Mas será que o otimismo em torno desse crescimento é totalmente justificável?

De acordo com o relatório mais recente do FMI (Fiscal Monitor de abril de 2024), a economia brasileira se beneficia de uma série de fatores estruturais que consolidam sua ascensão. O investimento em tecnologia e manufatura avançada permitiu ao Brasil reduzir sua dependência de commodities, enquanto a transição energética global abriu novas oportunidades para o setor de energia renovável. Além disso, a digitalização do agronegócio fortaleceu ainda mais a competitividade do país no mercado internacional de alimentos.

No entanto, a análise fiscal do FMI, que pode ser classificada como oriunda de uma base prevalente de ideias neoliberais, aponta desafios. O aumento das despesas públicas, os juros elevados e a necessidade de reformas estruturais seriam entraves para a consolidação de um crescimento sustentável. O relatório destaca que, mesmo com a melhora das contas fiscais desde a pandemia, a dívida pública brasileira ainda inspira atenção, especialmente diante das incertezas globais e das pressões por maior gasto social e investimentos públicos.

Outro ponto de atenção é a geopolítica. O Brasil se vê no centro da disputa comercial entre China e Estados Unidos, seus dois principais parceiros econômicos. A relação comercial com Pequim é vital para o agronegócio e a exportação de commodities, enquanto Washington segue sendo um aliado estratégico em investimentos tecnológicos e infraestrutura. O equilíbrio nessas relações será crucial para a estabilidade e continuidade do crescimento econômico brasileiro.

Diante desse cenário, a questão que se impõe é: o Brasil está preparado para assumir um papel de potência global? O país reúne condições para crescer, mas precisa avançar em reformas estruturais que garantam maior previsibilidade e confiança para investidores. A melhoria do ambiente de negócios, a modernização da administração pública e o aprimoramento da educação são fatores fundamentais para consolidar esse futuro promissor.

O Brasil tem potencial para dar um grande salto, mas sem planejamento fiscal responsável e reformas estratégicas, o risco de uma desaceleração não pode ser descartado. A história econômica já mostrou que os ciclos de crescimento podem ser passageiros se não forem sustentados por bases sólidas. A oportunidade está posta, e as reformas em curso, como a tributária, além do forte investimento em infraestrutura por meio do PAC e das políticas industriais no âmbito da Nova Indústria Brasil e da proximidade do pleno emprego, demonstram que o país busca superar o hiato de estagnação iniciado no governo M. Temer (2016-2018) e intensificado no período J. Bolsonaro (2019-2022).

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Leonardo Mosimann Estrella

Administrador e jornalista profissional, especialista em marketing, comunicação pública, gestão de crise e gestão de pessoas. Mestre e doutorando em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Socioambiental, com mais de 15 anos de experiência em políticas públicas e concessões. Cursa também Ciências Econômicas e é docente na área de Administração.